O Café e a Chama da Imaginação
Na penumbra da manhã, desperta o aroma, Um murmúrio quente que desliza do grão. É o canto dourado do orvalho em chamas, Pintando de fogo o silêncio da mão.
O primeiro gole — um sol que floresce, Espalhando calor pelos vales da mente. E as nuvens do tédio, dispersas, esvanecem, Abrindo janelas para um céu diferente.
Oh, café, alquimista das horas, Tua força desperta o mundo a sonhar! Cada gota, um mar onde ideias exploram, Velas ao vento, prontas a navegar.
Tu és tinta e papel para as almas inquietas, Um segredo líquido de pura criação. No fervor do instante, rabiscos se elevam, E o tempo se dobra em pura invenção.
Na xícara, o destino dança em redemoinho, Um poço de trevas que promete o clarão. De lá, emergem estrelas e caminhos, Mundos coloridos, nascidos da mão.
Cada grão, uma faísca em silêncio, Cada gole, o despertar de um trovão. A rotina se quebra em um verso suspenso, Onde o espírito bebe nova inspiração.
E assim, entre goles e sonhos que passam, O café murmura — amigo fiel. Como o poeta que vive entre sombras e asas, Tua força acende o brilho do papel.